terça-feira, 14 de julho de 2009

Bolha de sabão

A estrutura da bolha de sabão
Mas e a estrutura? ‘A estrutura’, ele insistia. E seu gesto delgado de envolvimento e fuga parecia tocar mas guardava distância, cuidado, cuidadinho, ô! a paciência. A paixão. No escuro eu sentia essa paixão contornando sutilíssima meu corpo. Estou me espiritualizando, eu disse e ele riu fazendo fremir os dedos-asas, a mão distendida imitando libélula na superfície da água mas sem se comprometer com o fundo, divagações à flor da pele, ô! amor de ritual sem sangue. Sem grito. Amor de transparências e membranas, condenado à ruptura.

2 comentários:

  1. Um amor de transparências, condenado à ruptura, ainda sim é amor? Até onde se deve insistir para que ele permaneça existindo? Interessante.

    ResponderExcluir
  2. ate o fim de mais um poço esse é o preço de um amor!

    ResponderExcluir